A ética na gestão de aluguéis: entre a omissão e a exploração

Quando o lucro atropela o propósito

A gestão de aluguéis carrega uma responsabilidade muito maior do que simplesmente intermediar pagamentos e contratos. Ela está no centro de uma relação delicada entre pessoas, patrimônio e moradia. E, como em toda relação humana mediada por dinheiro, o risco ético é constante.

Imobiliárias e gestores que ignoram essa dimensão ética acabam operando em dois extremos igualmente perigosos: a omissão por medo de conflito ou a exploração disfarçada de estratégia. Ambas corroem a credibilidade da empresa e alimentam um ciclo de desconfiança no setor.

Omissão: o silêncio que custa caro

É comum ver gestores que, para evitar atritos com o proprietário ou inquilino, escolhem “deixar pra lá”. Não orientam corretamente, não intervêm quando deveriam, não tomam posição em casos delicados.

Esse tipo de omissão pode parecer neutro, mas é, na prática, uma escolha ativa. E quase sempre favorece o lado mais forte da relação, em prejuízo do mais vulnerável. Exemplos comuns:

  • Permitir cláusulas abusivas no contrato por pressão do proprietário;
  • Ignorar condições precárias do imóvel para garantir a locação;
  • Não agir diante de cobranças indevidas ou mau atendimento;
  • Evitar entrar em disputas mesmo quando há evidente injustiça.

A omissão compromete o papel do gestor como mediador e enfraquece a confiança de ambas as partes. E o que se perde em credibilidade hoje, se transforma em passivo amanhã.

Exploração: quando o cliente vira alvo, não parceiro

Na outra ponta, há gestores que usam o contrato de aluguel como uma máquina de extrair o máximo possível — de quem puder pagar. Não importa se é justo, equilibrado ou sustentável.

Essa lógica se manifesta em práticas como:

  • Cobrar taxas abusivas escondidas em cláusulas confusas;
  • Exigir garantias desproporcionais apenas para “filtrar” candidatos;
  • Criar regras restritivas que facilitam multas e retenções de valores;
  • Pressionar o inquilino emocionalmente em momentos de inadimplência;
  • Manipular informações para manter o proprietário iludido com a gestão.

A ética aqui é sacrificada em nome de metas comerciais ou interesses particulares. E, embora isso possa gerar lucro no curto prazo, destrói a reputação e a fidelização no longo prazo.

A ética como valor prático e competitivo

A ética na gestão de aluguéis não é um luxo conceitual — é uma prática estratégica. Quando uma imobiliária adota princípios éticos claros e os coloca em ação no dia a dia, ela colhe benefícios reais:

  • Menos conflitos judiciais: decisões mais justas evitam processos e retrabalho;
  • Relacionamentos duradouros: clientes percebem quando são respeitados e tendem a permanecer;
  • Reputação sólida: empresas éticas se tornam referência mesmo sem campanhas caras;
  • Clima interno melhor: colaboradores sentem orgulho de fazer o certo e permanecem mais engajados.

Ética gera confiança. E confiança é o maior ativo que uma empresa de locação pode ter.

Onde a ética deve se manifestar na prática

1. No contrato

O contrato deve ser equilibrado, claro e adaptado à realidade das partes. Nada de cláusulas genéricas ou copy-paste de modelos prontos. A transparência aqui é sinal de respeito.

2. Na cobrança

Cobrar com firmeza não significa pressionar com violência. O gestor ético sabe negociar, ouvir, propor soluções, usar tecnologia com empatia e manter o foco na resolução — não na punição.

3. Na mediação de conflitos

Ética é não tomar partido de forma automática. O gestor ético ouve os dois lados, busca soluções reais, age com base em fatos e não em interesses. Evita julgamentos e conduz com equilíbrio.

4. Na publicidade e na captação

É antiético prometer o que não pode entregar para captar imóveis. Da mesma forma, esconder informações ou omitir defeitos para acelerar uma locação fere a confiança no setor.

5. Na formação do time

É impossível ter uma operação ética com pessoas mal formadas. A ética precisa ser parte da cultura interna, dos treinamentos e da liderança. Se os gestores toleram desvios, a equipe aprende que vale tudo.

O desafio dos dilemas reais

É claro que nem tudo é preto no branco. Muitas vezes, os dilemas éticos envolvem escolhas difíceis: atender aos interesses do proprietário ou proteger o inquilino? Cobrar multa integral ou negociar? Intervir num problema pessoal ou manter distância?

Nesses momentos, o melhor guia é o propósito da imobiliária. Uma empresa que se compromete com o bem-estar mútuo, a justiça contratual e a construção de relações sustentáveis saberá o que fazer — mesmo que não seja a escolha mais confortável.

Ética é compromisso com o futuro

A gestão de aluguéis é um campo fértil para práticas oportunistas, mas também para transformações profundas. Quem opta pela ética como pilar da operação não apenas protege a empresa de riscos, mas constrói um diferencial competitivo difícil de copiar.

Entre a omissão e a exploração, há um caminho firme e sustentável: o da integridade. E é por ele que passam as empresas que desejam durar, crescer e deixar um legado que vá além dos números.

Se você quer fazer sua empresa crescer e precisa de ajuda, não hesite, fale conosco e garanta que este crescimento ocorra de forma consolidada e estruturada.

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